SEJAM BEM VINDOS!

Sejam todos muito bem vindos ao meu cantinho!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Dona Cida


Hoje é aniversário da minha avó.

A pessoa que mais se aproximou do conceito mãe pra mim .

Não tem um momento da minha infância que eu não me lembre de ela estar por perto.

Sempre cuidando de mim, das minhas feridas do corpo e da alma. Me fazendo cafuné enquanto assistíamos a novela, me dando uns trocados pra comprar lanche na escola.

Enquanto todos estavam preocupados com suas próprias vidas ela estava preocupada com a minha.

O cheiro e o sabor da sua comida não saem da minha mente, tem cheiro de saudade.

Por várias vezes eu pensei que o amor que ela não pode dedicar a minha mãe ela transferiu pra mim talvez, a maneira dela, foi assim que ela conseguiu transferir o amor que estava guardado no seu peito.

Deixo aqui uns versos da canção "Dona Cila" que a Maria Gadu fez para a avó dela e que pra mim também fazem todo o sentido.



"De todo amor que eu tenho

Metade foi tu que me deu

Salvando minh´alma da vida

Sorrindo e fazendo o meu eu"





domingo, 22 de agosto de 2010

Minhas conclusões de vida

Existe uma linha tênue entre o respeito e a imbecilidade.

sábado, 21 de agosto de 2010

Breve história

Era um sujeito homem. Respeitável, inteligentíssimo, bem apessoado.
Tinha um excelente emprego, uma família linda, com filhos e uma esposa batalhadora que sempre esteve ao seu lado.
Era um bosta.
Todas as qualidades que possuía viravam cinza quando se enxergava-o mais de perto.
Mas quase ninguém o via tão de perto assim.
A pobre da esposa tinha que se contentar com as migalhas que ele lhe lançava de vez enquando, os filhos mal o viam.
O respeitável homem não era já tão respeitado assim.
Chegava em casa exigindo que lhe dessem atenção e que o deixassem descansar.
Dá esposa cobrava o jantar, questionava o que foi gasto no cartão de crédito e sexo.
Resumia sua idéia de preocupação com a família num genérico : " E aí tudo bem ?"
Dia desses a esposa ouviu uns gemidos, sussuros no quarto, achou que era um choro de uma das crianças, mas quando se aproximou viu que era o tal elemento falando ao telefone ... com seus pais.
Ela não se conteve e ficou ali parada ouvindo.
Parecia uma criança de cinco anos conversando, faltava falar que tinha medo de bicho papão e pedir pra dormir na cama com eles.
Que decepção.
Cadê o super macho predador ? Derreteu-se e sumiu no ralo.
Aquela voz infantilizada, aquele papinho mais idiota, aquelas risadinhas afeminadas acabaram com a imagem do sujeito.
Com a esposa e com os filhos ele continuou, depois, agindo da mesma maneira assim que desligou o telefone, a sua postura de macho alfa continuou.
Mas para a esposa ele já não era mais a mesma pessoa, ela conhecera seu outro lado, e aí as coisas mudaram.
No outro dia a esposa não o esperou e dormiu antes que ele chegasse.
E assim foi sendo desconstruído o papel do respeitável senhor.
A esposa arranjou um amante que fala como gente, pelo menos com ela, não lhe dá nada, mas também não cobra.
As crianças já não se incomodavam em perguntar a que horas o pai chegaria.
O jantar dele era o que sobrava e quando sobrava.
Um dia fatídico, um acidente. O homem morreu.
No seu enterro poucas pessoas, a esposa ( não vendo a hora que aquilo acabasse logo porque ela tinha um encontro com o amnte), os filhos (que já se sentiam órfãos de pai estavam ali por mera formalidade), alguns curiosos e só. Nenhum amigo ou subordinado fez questão de aparecer.
Os pais ? Aqueles com os quais ele falava como um retardado ???
Estavam em férias na Europa e avisaram que não chegariam a tempo.
FIM

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Constatação

Ontem fiz uma aula de Yoga. Tragicômico no mínimo.
Quase desabei sobre meus braços em vários momentos, eles tremiam tanto que achei que tinham vida própria.
Na hora de ficar numa determinada posição eu dava uma olhada para o lado e percebia que com certeza aquelas pessoas tem menos músculos e ligamentos que eu.
Todo mundo lá com as pernas em forma de borboleta, os joelhos quase encostando no chão e eu ... minha borboleta com certeza tem artrite nas asas.
Pedi aos céus que a tortura acabasse.
Veio o final da aula, com um momento de relaxamento, pensei comigo :
Agora sim eu consigo !!! ha ha ha
O professor avisou que quando acabasse ele tocaria um sininho pra gente se levantar lentamente. Ok, beleza !
Começou, o professor com uma voz suave ia falando umas coisas do tipo "relaxe, solte seus músculos, limpe sua mente, imagine-se num lugar calmo etc ..."
E eu nada, só pensava nas coisas que tinha pra fazer, supermercado, filhos, ops, voltava a atenção pra ele e tentava entrar no "clima", com os olhos fechados, abri um deles bem discretamente e olhei pra moça do meu lado, a bendita parecia estar em alfa, droga !
Espremi os dedos do pé, e num é que eles estalaram, fazendo um barulho maior que um bumbo, ai que ódiooooo.
O professor ainda soltando algumas frases lá no fundo e eu lá esperando o tal relaxamento vir e eu sair de lá total zen !!!
Aí me concentrei o máximo que podia, num é que me deu uma vontade absurda de tossir ?
Sabe aquela vontade incontrolável, que dá uma coçeirinha na garganta ?
M#rda ! Eu nem estou resfriada.
Fiquei segurando, meus olhos se encheram de lágrimas, ai que coçeiraaaa, ficava dando umas pigarreadas pra ver se passava e nada.
Não teve jeito, tive que dar uma tossida de verdade pra espantar a coçeira. Minha vontade era de tossir muito, mas muito mesmo, espalhar perdigoto na sala inteira, mas não dava. Avisei minha garganta que ela teria que se contentar com aquela única tossida. Ok, tossi, pensei que agora estava tudo bem, mas alguns minutos e pronto, acabava.
Engano.
A coçeirinha ainda estava lá no fundo da garganta avisando que ainda não estava satisfeita, mas aí veio outra percepção: meu bumbum tava dormente !!!!
Fala sério, bumbum dormente ??
Não demorou e parecia que tinha um exército de formigas picando meu traseiro e aí pra começar a dar vontade de coçar foi questão de segundos.
Gente que vontade de coçarrrrrrrrr, discretamente eu me deslocava para os lados, mas não adiantava porque a região que estava coçando era bem no meio do bumbum, não adiantava eu me virar só um pouquinho.
Comecei a fazer , discretamente, movimentos pra cima e pra baixo, mas minha blusa começou a enrolar e não deu certo.
Eu só pensava : "TOCA MALDITO SINO, TOCAAAAAAAAA", e nada.
Tentei colocar a mão embaixo do bumbum pra coçar, mas não dava, eu tinha que levantar a pelve. Nessa hora eu nem sabia mais se o professor estava na sala, a luz estava bem fraquinha, abri os olhos bem devagarinho e procurei ele pela sala.
Ele estava lá no canto, olhando ... PRA MIM !!!
Gelei.
Pensei, sacanagem desse cara, num tá vendo o que eu tô passando aqui ???
E nada do glorioso som do sino...
Aí eu já nem sabia mais se era a bunda, se era a garganta, eu queria era sumir dali, daquela tortura !!!!
Finalmente meus ouvidos foram agraciados com o som do tal sino ...
Liberdade ainda que tardia.
Enquanto as pessoas, lentamente, pareciam despertar de um sono revigorante, eu enrolei meu colchonete, coloquei embaixo do braço e fui embora rapidinho sem nem me arriscar a olhar pra trás.
Cheguei na rua, senti o vento frio no meu rosto e .... tossi como uma vaca, coçei a bunda loucamente, nem me importei se alguém tava olhando, entrei no carro e pensei :
Num é pra mim!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Conselhos

Final de tarde frio, porém ainda com alguns raios de sol, saí de casa para ir ao supermercado, compras de última hora.
Meus passos eram rápidos, o pensamento também.
De repente uma voz me puxa de volta a terra :
-Você tem horas ?
Meio atordoada, sem saber direito de onde vinha aquele pedido, olhei no meu pulso e vi que estava sem relógio. Levantei a cabeça para responder e dei de cara com uma senhorinha, lenço na cabeça deixando uns fios de cabelos brancos pra fora, o rosto vincado sem piedade pelo tempo, um olhar doce.
Não senhora, estou sem relógio, respondi.
Ela sorriu. Provavelmente da minha ignorância escondida na minha pressa de ir logo embora.
Ela me segurou pelo antebraço, olhei sua mão e vi que tinha uma cor roxo-azulada, veias saltadas.
Me olhou nos olhos e disse : - Minha filha a quanto tempo você não tem horas ?
Abri a boca pra responder, mas a pergunta era complexa, eu não sabia responder, então apenas devolvi o olhar e dei um sorriso sem graça.
Foi a brecha que ela precisava pra iniciar uma conversa, falou do tempo que era jovem, falou do tempo que as pessoas tinham "horas" sempre, enfim, divagou como todas as pessoas de mais idade sempre fazem quando alguém que tem "horas" para escutá-las. Por fim, me falou que tinha mais de 60 anos de casada, que não teve filhos biológicos por que, na opinião dela, não teve sorte!
Antes de ir embora, me perguntou se eu era casada. Respondi que sim, então ela me falou assim :
- Sabe qual o segredo do meu casamento ter durado tanto ?
Respondi que não, mas que gostaria muito de saber. Então, essa senhora me deu outra lição, numa pequena frase, de pura simplicidade e imensa sabedoria, me disse assim :
- Eu nunca cortei as unhas dele !!!
Agora vá minha filha, eu sei que você está com pressa.