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sábado, 21 de agosto de 2010

Breve história

Era um sujeito homem. Respeitável, inteligentíssimo, bem apessoado.
Tinha um excelente emprego, uma família linda, com filhos e uma esposa batalhadora que sempre esteve ao seu lado.
Era um bosta.
Todas as qualidades que possuía viravam cinza quando se enxergava-o mais de perto.
Mas quase ninguém o via tão de perto assim.
A pobre da esposa tinha que se contentar com as migalhas que ele lhe lançava de vez enquando, os filhos mal o viam.
O respeitável homem não era já tão respeitado assim.
Chegava em casa exigindo que lhe dessem atenção e que o deixassem descansar.
Dá esposa cobrava o jantar, questionava o que foi gasto no cartão de crédito e sexo.
Resumia sua idéia de preocupação com a família num genérico : " E aí tudo bem ?"
Dia desses a esposa ouviu uns gemidos, sussuros no quarto, achou que era um choro de uma das crianças, mas quando se aproximou viu que era o tal elemento falando ao telefone ... com seus pais.
Ela não se conteve e ficou ali parada ouvindo.
Parecia uma criança de cinco anos conversando, faltava falar que tinha medo de bicho papão e pedir pra dormir na cama com eles.
Que decepção.
Cadê o super macho predador ? Derreteu-se e sumiu no ralo.
Aquela voz infantilizada, aquele papinho mais idiota, aquelas risadinhas afeminadas acabaram com a imagem do sujeito.
Com a esposa e com os filhos ele continuou, depois, agindo da mesma maneira assim que desligou o telefone, a sua postura de macho alfa continuou.
Mas para a esposa ele já não era mais a mesma pessoa, ela conhecera seu outro lado, e aí as coisas mudaram.
No outro dia a esposa não o esperou e dormiu antes que ele chegasse.
E assim foi sendo desconstruído o papel do respeitável senhor.
A esposa arranjou um amante que fala como gente, pelo menos com ela, não lhe dá nada, mas também não cobra.
As crianças já não se incomodavam em perguntar a que horas o pai chegaria.
O jantar dele era o que sobrava e quando sobrava.
Um dia fatídico, um acidente. O homem morreu.
No seu enterro poucas pessoas, a esposa ( não vendo a hora que aquilo acabasse logo porque ela tinha um encontro com o amnte), os filhos (que já se sentiam órfãos de pai estavam ali por mera formalidade), alguns curiosos e só. Nenhum amigo ou subordinado fez questão de aparecer.
Os pais ? Aqueles com os quais ele falava como um retardado ???
Estavam em férias na Europa e avisaram que não chegariam a tempo.
FIM

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