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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Separação, dói em mim, dói em vocês !


Lembram do seriado que passou a pouco tempo na Globo ?

Tinha a Karen e o Aguinaldo vivendo as vias de sua separação, eu não perdia um episódio, rolava de rir com as pataquadas dos dois, o mais irônico é que eu assistia sempre ao lado dele, que também adorava, sempre os dois deitados em nossa cama, de mãos dadas, rindo cúmplices, sem saber que a nossa vez estava tão perto e que não seria nada engraçado.


Pois é, estava olhando as fotos de meu casamento, olhares lânguidos, os dois ali sorrindo, eu com um vestido bonito, ele de terno e gravata, nossas filhas já participando, a Maria Clara no nosso meio, a Duda num sono profundo e inocente com a chupeta na boca, no colo da babá.

Lembro da lua-de-mel, foi a primeira vez que me separei das meninas, chorava de saudades delas, mas estava com ele, e ele sabia me confortar.

Era a realização de um sonho nosso, a sedimentação do nosso relacionamento perante a lei dos homens.

Eu não tinha noção de que o inverso disso fosse tão doloroso e burocrático.

O juiz de paz falou de união, de amor, de declarar-nos marido e mulher.

A linguagem agora é bem diferente.

A advogada fala em resolver logo (?), em separação de corpos ( achei que cada um tinha o seu separado desde o nascimento ), de medida cautelar e menores impúberes, bens, pensão.

E saber que agora essas são as palavras que eu devo aprender a conhecer.

Advogado é um ser bem frio né ? Bem ao menos é o que querem demonstrar !

Ignorou minhas lágrimas e só quis saber quanto eu ganhava, quanto eu gastava. Acho que ela esqueceu de perguntar o quanto doía, onde eu ia enfiar o raio do álbum de casamento, como eu fazia pra não me sentir tão sozinha nessa cama que se tornou absurdamente imensa.

Eu sempre achei que meu casamento era pra sempre, não por ele ser perfeito, mas exatamente por ele não ser nada perfeito !!!

Achei que as diferenças eram construtivas, e que as discussões eram pra poder melhorar e mostrar pro outro o que estava desagradando o um.

E como diz a música eu sempre achava que " ... no final fica tudo bem, a gente se ajeita na cama pequena, te faço um poema e te cubro de amor ..."

É tudo muito estranho, o que era tão conhecido fica diferente, não sou nenhuma flor de pessoa e tenho meu momentos de ira, mas quando olho no fundo daqueles olhos, me perco no imenso azul e meu coração se enternece.

Esqueço por um instante o sofrimento e lembro de quantas vezes eles já me olharam e não viram apenas a minha casca, mas viram também a minha alma.

Sei que ainda o amo, não somos mais o casal sorridente do álbum ( mesmo porque estamos bem mais gordinhos ...rs), agora vamos ser mais um casal na estatística dos divorciados.

Eu sei que muita coisa ainda está por vir e sei que não é coisa boa. Não é lua de mel.

Então a noite ando pela casa apagando as luzes antes de me implorar a Morpheu que me leve logo, passo no quarto das meninas, dou um beijinho de boa noite falo coisas no ouvido delas ( coisas só nossas ), e admiro um pouquinho os seus sonos, tão tranquilas, tão minhas, tão crescidas.

Sei que tenho que ser forte por elas, eu sei o que é ser filha de pais separados, independente de como for a separação.

Eu vejo nos olhinhos delas uma tristeza que elas ainda não sabem como expressar.

Eu tenho que ser o teto delas neste momento, eu sei que pedradas viram, inevitavelmente, mas eu vou estar aqui para protejê-las, sei que não de tudo, mas do máximo que eu puder.

Peço a Deus que me ilumine, me de sabedoria, e que toda a dor seja somente minha.

Que para elas fique apenas o álbum como lembrança.

Cadê a porra Fernanda Young pra escrever o roteiro da minha separação hein ????

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