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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Você é algo assim, é tudo pra mim é mais que eu sonhava


Tive duas filhas muito próximas uma da outra, quando a Maria Clara fez dois anos a Duda já estava lá presente no aniversário da irmã.

Confesso que foi um período difícil, na verdade foi uma loucura, mas sobrevivi, e não posso deixar de compartilhar essa minha vitória com a minha querida Janaína.

Seguinte, duas crianças, bebês praticamente, marido trabalhando em Natal/RN, eu em Sorocaba, tinha parentes, mas estavam cada um cuidando de suas vidas, então não podia contar com eles a qualquer momento. E criança não escolhe momento, não é verdade ?

Como a necessidade faz o sapo pular, eu tive que dar meus pulos. A matemática era simples duas crianças + sozinha + dava aulas a noite = preciso de ajuda.

Tive algumas empregadas, empregadas/babás, empregadas/babás/amigas e empregadas/babás/amigas/anjo da guarda, e a Janaína se encaixa na ultima opção.
Eu coloquei anúncio no jornal a procura de uma empregada doméstica para morar ... Apareceram algumas e entre elas a Janaína, uma negra, alta, bonita, de Itapetininga (uma cidadezinha próxima), confesso que optei por ela exatamente por ela ser de outra cidade, isso evitaria certos inconvenientes, como a visita de familiares, etc.

Janaína veio, tinha um namorado meio esquisito, e uma história de vida meio sombria. Com o tempo fomos lapidando a nossa convivência. Nos tornamos próximas e o que mais me deixava satisfeita era o carinho que ela tinha com minhas filhas e não era falso não, porque as meninas a adoravam e criança é um excelente termômetro. Eu percebia que minhas filhas a adoravam e isso me deixava pra lá de satisfeita.

Não vou negar que Jana deu suas pisadas na bola, nunca com as meninas, mas por conta de namorado, imaturidade, essas coisas ...
Mas a Jana tinha uma história de vida sofrida, já tinha passado por coisas que nem que eu vivesse cem anos passaria, mas isso eu só fui entender com o tempo.

E o tempo foi passando, marido voltou, meninas foram crescendo e nós mudamos de cidade, Jana ficou cabreira, mas acabou vindo conosco.Gostou da cidade e logo fez amigos, voltou a estudar, acho que ela viu uma oportunidade de mudar de vida, a vida também.

Muita gente me fala que não se deve dar muita conversa pra empregada, que deve-se manter uma certa distância, não dar liberdade, etc..
Olha, vou dizer uma coisa, nunca consegui ser assim.
Nunca fiquei indiferente quando via que a Jana num tava com uma cara não muito boa, sempre conversamos muito, sobre tudo, ela era minha ouvinte e eu a dela, falávamos de família, casa, crianças, ríamos juntas, íamos ao supermercado, ela me ajudava a preparar o aniversário das meninas ... Nisso se passaram mais de cinco anos.

A Jana um dia foi embora, seguiu novos rumos, como a vida deve ser.
Mas nunca nos abandonou, sempre ligava, falava com as meninas, as meninas ligavam pra ela, não perdemos o contato e nunca vamos perder.

Agora Jana vai se casar, achou um cara legal que a trata muito bem, e as meninas vão ser as daminhas de honra do casamento. Elas estão eufóricas, já fomos alugar os vestidinhos.
Agora eu pergunto, existe alguém que mereça mais essas daminhas que a Jana ?

Claro que não.

Um comentário:

Viviane Alves disse...

Achei muito legal essa pequena homenagem a Jana.
Realmente ela é uma história e uma pessoa q merece toda felicidade!